16 de julho de 2010

O inesquecível "Cocozão"

Olá pessoas!!
Poucas vezes uma cidade ganhou tanta fama e foi motivo de tantas brincadeiras de mal gosto e de chacotas como a cidade que eu moro: Ponta Grossa- Paraná.
Toda essa fama não se deu pelos nossos pontos turísticos, como o Parque Estadual de Vila Velha, as nossas cachoeiras, as Furnas ou os nossos belos rios.
O que realmente deu fama internacional à Ponta Grossa foi o já extinto Cocozão.

















Mas não era pra ser bem assim, conheça agora a história do Cocozão:

Durante a gestão do então prefeito de Ponta Grossa, Péricles de Holleben Mello (2001-2004), foi decidido erguer um monumento em uma das rotas de entrada da cidade, mais especificamente em meio a uma rotatória, em frente ao campus da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no bairro de Uvaranas.

Foi então que surgiu aquele que, muito provavelmente, tenha se tornado o monumento mais polêmico que a cidade já teve. Talvez se a figura tivesse sido erguida em outro bairro qualquer, o resultado não teria sido esse, mas foi erguido diante de um campus universitário, espaço de debates e... muito humor.
Não demorou nada para que todos vissem no monumento a representação perfeita de fezes gigantescas espetadas em uma haste metálica. E em poucos dias o apelido tinha se estabelecido.

O “cocozão” já era um termo reconhecido pela população. E se alguém viesse falar em “Monumento Campos Gerais”, a pergunta seguinte poderia ser... “Ahn?”
Houve declarações que tentaram, em vão, explicar o significado original da obra que, oficialmente, teve o custo de R$ 80 mil. Tive contato com duas explicações um pouco divergentes. Uma delas dizia que a intenção era simbolizar uma araucária, árvore que representa essa região. Outra dizia ser uma referência aos arenitos do Parque Estadual de Vila Velha, onde as rochas assumem naturalmente diferentes formas.

Na seqüência, surgiu a desculpa de que o monumento não tinha sido terminado de acordo com o projeto inicial, que previa jatos de água que jorravam em direção ao... "monumento". E este, por sua vez, ficaria se movimentando em diversas direções. Confesso que tentei imaginar isso, e achei que ficaria mais estranho ainda. Iria parecer um cocozão flutuando em um gêiser.

Mas as críticas não foram suficientes para abalar o cocozão. O prefeito concluiu seu mandato.
O novo prefeito, Pedro Wosgrau Filho, assumiu a cadeira, e o monumento ficou. Diante disso, as piadas se proliferaram sem pressa, ganhando a internet e, conseqüentemente, o mundo. Sites exibiram a foto do monumento, sendo definido como "Monumento lembra um cocô em um palito".

E assim se passaram mais ou menos menos cinco anos, tempo em que nada aconteceu ao monumento, além do surgimento de um vespeiro que, caprichosamente se instalou ali.

Até que, Roberto Requião, governador do Paraná, determinou ao prefeito reeleito, Pedro Wosgrau Filho a retirada do Cocozão.

A retirada do monumento foi algo tão insólito quanto seu surgimento. Primeiro foi preciso remover o vespeiro. A operação acabou resultando em um princípio de incêndio no grande cocô, que foi controlado pelo corpo de bombeiros.


































Incêndio controlado e, enfim foi possível remover o nosso "querido" monumento.
E lá se foi, descarga abaixo (sem trocadillhos), uma das obras mais polêmicas do Brasil.

Por que demoraram tanto tempo para remover um monumento tão controverso?
Essa é uma questão ainda não esclarecida. Talvez o prefeito viu o tamanho da cagada que tinha feito, mas ficou com vergonha de ter gasto tanto dinheiro com algo tão inútil e resolveu adiar a retirada do cocô gigante.

Infelizmente hoje o cocozão vive apenas em nossas memórias, porém o monumento foi, e permanecerá sendo um símbolo; não de uma araucária ou de um arenito, mas sim de um sistema municipal de governo que se arrasta há muitos anos: empregar dinheiro público de maneira inconseqüente, e sem consultar a opinião dos maiores interessados – a população.

Hoje, o espaço que antes era ocupado pelo cocozão ficou vago e sem nenhuma serventia.
Quem sabe, pudessem ocupar o lugar para colocar aquele que era para ser o símbolo: uma Araucária.
















Óbvio que não como essa representação tosca feita pelo photoshop, mas sim algo que a população se orgulhasse e não se sentisse mais tão humilhada pelo fato de morar em uma cidade com nome de duplo sentido e ainda por cima, tendo como símbolo, um grande cocô espetado em um palito.

Em breve aqui no blog, um ranking dos monumentos mais estranhos do mundo e o cocozão será um deles, com certeza será!!

Fui... pensar em como a burrice humana pode ser sem limites!!!

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário