6 de dezembro de 2010

Natal - o verdadeiro significado

Esqueça as notas do seu filho vagabundo que lhe deu despesa o ano todo e ainda reprovou.

Esqueça seu 13º salário que você vai gastar no fim de ano alimentando a "parentada".


Esqueça sua filha bixiguenta que tá te enchendo o saco, pedindo um presente que você não tem condições de comprar.


O blog tá de cara nova, e eu também! Fiz um peeling facial, 7 mil reais a sessão! Colega!
Eu posso! hahahahha!!!
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Hoje eu quero começar este post fazendo uma pergunta:
Qual é o real sentido do Natal pra você?

Neste mês de festas, teremos um especial de fim de ano, falando sobre o Natal e posteriormente, sobre o Reveillón.
Tudo escrito, é claro, com meu jeitinho cínico e debochado.

E como primeiro post deste especial de fim ano, vou apresentar o verdadeiro sentido do Natal.

Leia e reveja seus conceitos sobre o "Espírito Natalino".

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Definição
O Natal é uma manobra de marketing para conseguir desencalhar o comércio de produtos que nunca são consumidos no resto do ano, com parcelas de se perder de vista para o ano seguinte para atrair a atenção do consumidor, que iludido com as parcelas baixíssimas e com o 13º na mão, torra tudo que puder, esquecendo-se de que aquilo deverá ser pago um dia. Passa o Natal, e o comprador logo percebe vários carnês entulhados em seu armário, prontos para atraírem fiscais que levarão qualquer coisa sua embora como pagamento. Mas, como é moda sair às ruas e espremer-se numa multidão tentando achar os menores preços para você e sua família, o Natal continua um feriado popular e forte.

Você compra agora e começa a pagar só depois do carnaval!
Mas quer pagar quanto?
Diz aí: Quer pagar quanto?

Obviamente, o espírito natalino não atinge a todos: as crianças pobres não recebem presente algum e ficam traumatizadas e melancólicas a cada fim de ano imaginando como podem não fazer parte de tão alegre e inocente celebração criada para encher o bolso dos camaradas capitalistas. No entanto, todas elas escrevem cartinhas para um tal de Papai Noel, um velho de barba branca
que surge na calada da noite de Natal e deixa presentes a algumas crianças, as quais nunca o veem, mas cujos pais dizem que o viram descendo a chaminé de casa e deixando o presente (isso porque no Brasil praticamente não há casas com chaminé - é mais uma das merdas tradições dos EUA).

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Celebração do Natal


Nos últimos anos, a cagada do Natal tem sido causa direta de fenômenos interessantes no cotidiano das pessoas:
  • Na última semana antes do 25 de Dezembro, um monte de idiota corre para os centros comerciais e formam confusões enormes nos edifícios. Um verdadeiro inferno!
  • Todos desejam boas festas aos familiares e amigos: milhões de emails e SMS nos telemóveis são enviados nesta altura. Os operadores de telecomunicações enriquecem muito com Natal.
  • E toda a boa vontade e carinho acumulados do ano inteiro resolvem dar as caras durante dois dias (a véspera e o dia propriamente), para depois sumirem e esperarem mais um ano para que se repita o espontâneo ritual.
Além disso, certos produtos só surgem na época do Natal: na região da 25 de Março, por exemplo, são vendidas mochilas e malas de ferro, para evitar qualquer meliante que possa pegar uma tesoura e abrir a sua mochila e roubar seus pertences conseguidos com tanto suor em meio à multidão. São comuns também calças e camisas com bolsos que possuem travas e cercas elétricas para evitar trombadinhas.
Monte sua árvore, evite que o pirralho do seu irmão comece uma birra só pra botar a estrela na árvore, pendure as meias, acenda a lareira sem que deixe que o vovô se queime de novo, que nem no ano passado, no retrasado e ante-retrasado, ponha o peru na mesa e evite que o tio Bob devore ele todo e todo mundo tenha que comer o hamburguer envenenado do Mc Donald's, ponha os fones de ouvido quando vier um bando de adolescentes retardados cantarem "noite feliz" ou "jingle bell rock" centenas de vezes na frente da sua casa, e não fique surpreso se quando você chegar de manhã o leite e os biscoitos que você deixou pro papai noel ainda estarem lá.
Uma das maiores tradições do Natal é o peru

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Espírito Natalino
É normal na época de natal você ouvir falar do tal "espírito natalino" através da tv, rádio, de sua tia chata, ou de seu chefe em seus famosos discursos antes de encerrar o ano.
Assim como toda história de natal, isso é uma tremenda baboseira.
O espírito natalino não existe, a verdade é que você está feliz pra cacete que mais um ano fudido passou e está agora ganhando férias e o seu mingado 13º salário.

Todo mundo passa o ano inteiro querendo o carro que você tem, a mulher que você tem, o dinheiro que você tem. Isso ocorre principalmente em seu local de trabalho, onde todos seus "amigos do trabalho" querem te foder o ano todo para você ser demitido, para conseguirem seu cargo e salário.
Mas tudo isso é esquecido no fim do ano, estão todos felizes que ficarão de férias sem ver a sua cara por um bom tempo. Resta você aguentar aquela babaquice e falsidade de abracinho na colega que você odeia, presentinho pro seu chefe (que você é obrigado a entrar junto com a turma no bolão para pagar o presente do chefe, porque senão fica chato) e comer frango assado do seu tio que jura que aquilo é o peru de natal mais caro que tinha no mercado.

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No dia

Enquanto você assiste a filmes mostrando famílias tendo ceias e crianças correndo na neve, vendo o Papai Noel passar com seu trenó no céu, o seu Natal será comemorado com um churrasco na laje da casa daqueles seus tios que moram em outra cidade, sob um sol do cacete, seus avós falando da vida dos outros ou sobre o jogo do Corinthians e seus primos sentados na sala assistindo à Globo, esperando a Sessão da Tarde para assistir "Jesus" ou "Esqueceram de mim".
Haverá também um pinheiro de plástico em algum canto da casa, com bolas quebradas e brindes que vêm junto com panetones.

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História do Natal

Há milhares de anos, antes do aparecimento do calendário como nós conhecemos, havia o senhor Papai Noel. Dizem ser um velhinho muito bonzinho que fazia brinquedos para criancinhas a troco de nada. Mas além do desenho cheio de fadinhas que sempre passa de manhã em época natalina, outras fontes mais seguras podem afirmar que era só um barbudo que perseguia criancinhas, o típico velho tarado.


Ele oferecia brinquedos às crianças para que elas o seguissem até sua estranha casa. Sendo fetichista, o velho tinha o estranho costume de fazê-las entrar pela chaminé. Quando foi descoberto, o caso foi parar na justiça - mas como o velho tinha uns contatos na Globo, teve a OAB a seu dispor - onde foi estrategicamente implantada a outra história do velho bondoso.

Depois disso o senhor Noel, como acabou ficando conhecido, ficou tão famoso que foi chamado a colocar roupas vermelhas e brancas (atual clichê natalino) e fazer a propaganda da Coca Cola.
Já milhonário e agora mundialmente famoso, o que antes era um velho pedófilo se transformou então num dos maiores ícones do capitalismo global, e sua imagem ficou tão comum que até a Coca-Cola resolveu trocá-lo por ursinhos polares.

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Um conto de Natal: Comemoração da classe baixa


Sempre que o Natal se aproxima, lembranças remotas de meu passado nebuloso e embaçado vêm à tona em minha mente como se fossem um cocô boiando no meu poluído inconsciente. Para mim, o Natal é uma época de paz, fraternidade e depressão aguda.
Lembro-me da minha infância pobre e miserável e dos perrengues que nossa família era obrigada a suportar.
Enquanto as outras crianças recebiam os seus presentes e se fartavam com as guloseimas da ceia natalina, nós, sentados em tijolos de alvenaria, tínhamos que lamber caixotes de bacalhau para sentir algum gosto de comida.
Em seguida, minha irmã nos servia uma sopa rala que só tinha osso. O osso era do meu irmão mais novo, que, padecendo de gangrena, acabou perdendo uma perna na roleta do ônibus.
Até os ratos e as baratas que infestavam o nosso lar não suportavam o miserê lá de casa e saíam em busca de restos de uma família menos pobre.
Tarde da noite, enquanto ouvíamos o alarido das famílias abastadas, a nossa pobre mãezinha chegava exausta do serviço. Apesar de não ser estivadora, mamãe vivia no Cais do Porto sempre com um saco nas costas, exercendo a mais antiga das profissões: mãe de político.
Nossa desgraça era tão grande que só nevava em cima da nossa casa, que também não tinha telhado.
Sabíamos que a mamãe estava chegando quando ouvíamos os seus acessos de tosse tuberculosa ainda na esquina. A velha entrou em nossa choupana miserável e, com os olhinhos brilhando de felicidade, tirou um lenço de dentro da bolsa e nos mostrou satisfeita o nosso presente de Natal.
— Crianças! Trouxe um peru para a nossa ceia! — exclamou soluçando a boa criatura. — Foi um peru que sobrou lá do meu serviço.
Em cima da mesa, murcho, flácido e enrugado, vimos o primeiro pedaço de carne que iríamos colocar em nossas bocas famintas depois de tantos anos.
Esfamiados, devoramos aquela churriada iguaria com muito apetite.
Felizes e de barriga cheia, entoamos cânticos natalinos e fomos dormir na esperança de que o Papai Noel, o Bom Velhinho, deixasse um presente em nossos sapatinhos. Mas, infelizmente, todos os sapatos da casa já tinham sido comidos na Semana Santa.
Na manhã seguinte, acordamos todos passando muito mal: o peru do jantar estava estragado, fora do prazo de validade e cheio de doenças. Estávamos todos nos contorcendo com dores lancinantes quando, de repente, alguém bateu em nossa porta. Era o Bezerra de Menezes, o Espírita de Natal. Ao nos ver naquela situação crítica e lamentável, o médium, penalizado, chamou a carrocinha, que nos levou correndo para o Canil Municipal, onde encontramos abrigo.
Foram dias felizes, ao lado daquelas criaturas de quatro patas e cheias de pulgas... Naquela instituição canina, inclusive, minha irmã mais velha conheceu o seu esposo, Ingo, o cão dinamarquês com quem está casada até hoje. Já o meu irmão não teve tanta sorte, coitadinho: virou sabão com quem, aliás, me ensabôo até hoje.
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E depois de tudo isso, agora te pergunto novamente: Qual é o real sentido do Natal pra você?
No próximo post, uma explicação sobre o Papai Noel. Não perca!!

Fui... de carro novo!!
Beijos e grifes francesas!





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