Na carona do hit 'Gangnam Style', Psy domina as paradas e vira mania mundial
A Coreia do Sul fez o planeta todo dançar uma coreografia extravagante, ao som de um eletropop de letra ininteligível cantado por um gordinho de visual peculiar e cheio de marra
Enquanto o mundo todo se preocupava com a ameaça
atômica representada pela Coreia do Norte e seus líderes, sua coirmã
preparava secretamente uma ofensiva muito mais efetiva.
Sem alarde, a Coreia do Sul fez o planeta todo dançar uma coreografia extravagante, ao som de um eletropop de letra ininteligível cantado por um gordinho de visual peculiar e cheio de marra. Perto de Psy, o exército de um homem só sul-coreano, os possíveis mísseis de Kim Jong-un parecem fogos de artifício.
Sem alarde, a Coreia do Sul fez o planeta todo dançar uma coreografia extravagante, ao som de um eletropop de letra ininteligível cantado por um gordinho de visual peculiar e cheio de marra. Perto de Psy, o exército de um homem só sul-coreano, os possíveis mísseis de Kim Jong-un parecem fogos de artifício.
Psy é um dos expoentes do que se convencionou chamar
de k-pop _ um gênero que retrabalha elementos da cultura pop ocidental
com molho oriental e gera desde rappers a boy bands. Apesar de ser uma
figura há muito celebrada na Coreia do Sul (ele está no seu sexto disco e
lota estádios desde sempre por lá), foi só com Gangnam Style que
o cantor rompeu o nicho do k-pop e virou um sucesso global. Mais ainda:
realizou o sonho de qualquer artista popular e tornou-se um viral de
internet.
Lançado no dia 15 de julho, o videoclipe que mostra
Psy apresentando sua "dancinha do cavalo" em cenários sui generis
(estábulo, praia, sauna e até num ônibus de turnê) já ultrapassou a
marca de 230 milhões de visualizações no YouTube e acaba de entrar para o
Guinness Book como o vídeo com mais "likes" da história, num total superior a 2 milhões. Ao mesmo tempo, Gangnam Style,
que já liderava as listas de k-pop nos EUA e na Europa, tornou-se líder
das paradas principais e derrubou Adele e Justin Bieber no ranking da
iTunes.
Num processo de retroalimentação, começaram a se
multiplicar paródias de todo tipo, de super-heróis a cheerleaders,
passando pelo Pequeno Pônei e até Hitler. Sem contar as versões, no
Brasil lideradas pelo cantor Latino, que fez de Gangnam Style sua Despedida de Solteiro
_ que vem despertando amor e ódio na web. Talvez por conta da
viralização, o clipe da faixa rendeu a Psy sua primeira indicação ao
Europe Music Award, a premiação europeia da MTV, e um contrato com o
empresário de Bieber para se lançar nos EUA.
Para o editor da revista Rolling Stone Brasil, Pablo Miyazawa, não existe um fator único que explique o sucesso do hit de Psy:
_ Tem a ver com a música, com a batida, o refrão, mas
tem muito a ver com o vídeo também. Ele não tem vergonha de ser
engraçado ao expor esse excesso que é comum ao k-pop. Sem contar a
dança, que caiu imediatamente no gosto popular.
Seguramente responsável por mais da metade do sucesso de Gangnam Style,
a coreografia que imita uma montaria virou dança de protesto nos pés e
quadris de funcionários demitidos de uma fábrica coreana e foi
apresentada num navio por marinheiros norte-americanos. Na TV, Psy já
ensinou Britney Spears a dançar no programa de Ellen DeGeneres e
apresentou seus passos no Saturday Night Live.
Tanta exposição em pouco mais de dois meses gera a
inevitável pergunta: e depois? Miyazawa aposta que, se Psy não tiver uma
segunda música de sucesso equivalente, pode encerrar sua carreira no
Ocidente e voltar para a Coreia. Porém, se continuar emplacando hits do
porte de Gangnam Style, é melhor torcer pelos mísseis norte-coreanos.
No cinema
Com os filmes de Park Chan-wook (Oldboy), Bong Joon-ho (O Hospedeiro) e Lee Chang-dong (Poesia), entre outros, a Coreia do Sul chamou a atenção do mundo. Pietá, de Kim Ki-duk, acaba de vencer o Leão de Ouro no Festival de Veneza.
Nos games
Guild Wars, uma das maiores franquias de RPG do mundo, é sul-coreana. O segundo jogo da série, lançado em agosto, já vendeu 1 milhão de cópias.
A versão original:
A versão do Latino:
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